domingo, 19 de agosto de 2012

Os assassinos estão livres; nós não estamos



            No dia 23 de julho completou-se 19 anos da Chacina da Candelária, que se deu na região central do Rio de Janeiro, na qual seis policiais atacaram 72 pessoas em situação de rua que dormiam no local. Oito pessoas foram assassinadas, seis delas menores, além de muitos feridos. Apenas três dos responsáveis foram condenados com penas entre 45 e 300 anos de prisão; porém, na ultima terça-feira, 14,  Marcus Vinícius Borges Emmanuel, um dos culpados, foi solto através de um indulto concedido pelo Tribunal de Justiça do Rio. Marcus era ainda o único que se encontrava detido, os outros dois já tinham sido liberados por essa mesma instância.
            Esse macabro episódio que se deu nos entornos da Igreja da Nossa Senhora da Candelária foi a maior chacina a pessoas em situação de rua no Brasil e deve sempre ser lembrado como mais um exemplo da brutalidade com a qual agem os braços das forças de segurança do Estado burguês para defender os  interesses da classe a qual serve. O alvo é sempre a população mais pobre, seja para reprimir sua organização política, regular as demandas de mão de obra de acordo com os interesses do mercado ou fazer uma “limpeza” em um determinado local, como foi o caso. Agem com o aval da justiça, que se faz sempre conivente nos julgamentos e punições por serem indispensáveis para manter a exploração a grande massa da população pela burguesia. Utilizam-se das esferas regulares, como é o caso da polícia militar, ou do importante trabalho realizado pelos grupos que regulam o negócio do narcotráfico nas favelas para o lucro dos grandes empresários do setor através da exploração da juventude pobre, que recorre a esse tipo de trabalho devido às suas condições. Como consequência, distribuem os entorpecentes que destroem a mobilização de qualquer luta da classe trabalhadora nesses lugares.
            Que tais episódios não sejam esquecidos em memória de todas as pessoas que morreram e sirvam de impulso para nossa luta pelo fim da exploração burguesa e o terrorismo do seu Estado.

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