No dia 17 de maio de 2012, os servidores de 33 universidades
federais entraram em greve em defesa de maiores investimentos públicos nas
estruturas de ensino. A paralisação que se mantém por falta de respostas
positivas do governo já soma mais de 50 unidades, entre universidades e centros
técnicos federais, reiterando a pauta de reivindicações que entre outras
questões, trata de melhorias nas condições de trabalho, contratação e salários.
A greve faz parte de um longo histórico da lutas pelo fim da precarização do
Ensino publico no Brasil e abre espaço para que seja colocado o assunto em
debate.
Em 2007, foi implementado o REUNI, plano de ampliação e
acesso ao Ensino Superior. O projeto traz em suas linhas dotar os campi de
meios para a realização de tais fins, porém, o que vimos na prática foi apenas
uma ampliação quantitativa das unidades, pois, tanto os campi criados, quanto
os já existentes, apresentam graves falhas em suas estruturas. A exemplo disso
temos o campus da UNIFESP, em Guarulhos, inaugurado em 2007 de acordo com o
plano de extensão, que ao não possuir o número de salas suficientes, teve que
utilizar salas do prédio ao lado para comportar o número crescente de
estudantes, prédio este projetado para ser um Ceu (Centro de Estudo Unificado).
O Campus também possui ainda hoje o restaurante universitário mais caro entre
as universidades públicas e não possui moradia para os estudantes. A UNIFESP
compõe a lista de campus em greve e na quinta-feira do dia 14/06, sofreu a entrada
da Polícia Militar que com a truculência de sempre quando o assunto é
mobilização popular, violentou estudantes que faziam uma manifestação frente ao
prédio da diretoria, além de levar 26 deles detidos.
O ao
analisarmos o REUNI, enquanto projeto, veremos a seguinte afirmação: “Os
desafios do novo século exigem uma urgente, profunda e ampla reestruturação da
educação superior que signifique, no contexto democrático atual, um pacto entre
governo, instituições de ensino e sociedade, visando a elevação dos níveis de
acesso e permanência, e do padrão de qualidade.” Porém o que é necessário
observarmos e refletirmos é que o problema do ensino publico no Brasil está
para além da troca de cadeiras no governo, pois mais determinante do que o
momento político que o país atravessa, democracia burguesa, são as relações de
produção que nele são determinantes e que justamente determinam a estrutura
política. Dentro das relações capitalistas de produção em um âmbito mundial, no
contexto de divisão internacional do trabalho, o Brasil se coloca na posição de
produtor de commodities (petróleo, biocombustível , soja, minério de ferro,
etc.). E a educação, como criadora do ser social para uma sociedade
determinada, é organizada para reproduzir a estrutura econômica de um país de
capitalismo dependente, longe de ter o intuito de ser produtor de grandes
cérebros.
Porém, o papel
de todos aqueles comprometidos com a criação de uma nova sociedade é a de se
adiantar frente a esse processo, de se colocar como criadores do ser social
para a superação dessas contradições que façam frentes a todos os seus abusos.
Nesse sentido, é necessária a organização de todos os verdadeiros produtores da
riqueza social, onde se insere também os educadores, porém, projetando não
somente pequenas reformas, mas a superação das estruturas de exploração do
sistema capitalista que aportem na sociedade justa e onde exista igualdade de direitos para tod@s.
Todo o apoio a
greve do servidores e estudantes das universidades e centros técnicos federais!
J5J-SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário